I Miss You Mother / Tenho Saudades Tuas Mãe
I miss you mother! / Tenho saudades tuas mãe!
The biggest longing that we are going to feel in life is our mother's longing... Because it's longing for ourselves!
One of the sweetest memories of my childhood is the voice of my mother in the church lobby we used to attend, enlivening the catechism children with their usual songs. She was the coordinator of catechists, and although I resented the narrow possibility of having her alone, I was proud to see her so dynamic, cheerful and confident!
The years passed and we changed of parish, city and life. I grew up, I learned, I said goodbye... But, every once in a while, I hear the familiar tune and I see my mother again in her mid-thirties, gesturing and asking to sing more enthusiastically. From time to time, I anticipate the longing that one day, I will have and I'm moved to remember the independent, safe and very loving woman that she still is.
The biggest longing that we're going to feel in our life is our mother's longing. The life has incomprehensible ways, but everything recovers itself in the lap of a mother. In a sweet word or even in a sermon... In a bitter rage like coffee without sugar. But still, in the certainty that soon, everything will be all right!
Missing our mothers is to miss ourselves. Yeah, mother is a reminder! A mother teaches us that even if life walks, that we acquire good or bad experiences, that we mature and become cold, with tumbles and wounds, yet there will always be a corner within us, to remind ourselves that life does not have to be hard to teach us something, that love and tolerance are also effective ways for us to grow and learn.
Mother is the voice that does not come out from within us, even though we have accumulated time on, money in the bank account and, many courses and specializations. For behind every air-conditioned cabinet and every knot of tie, there is a woman who has already scraped and scolded us, ordered us to scrape the plate and reminded us to take the coat!
Mother is a partner at the right times and also uncertain. It is the friend's shoulder in regrets and the constructive sermon in the wrong choices. Mother is censorship and also tenderness. Mother is smell of affection and reminder of "swallows the cry". Mother is abundant intuition and incessant prayer.
As we remember our mothers, we remember who we were. For the construction and lapidation of our existence is confused with ancient sounds calling us at the gate, the smell of a well-known perfume sprinkled on our wrists, the recollection of making our bed and our feet off the couch, whistled, washed dress and careful delicacy.
There's no more nostalgia than mother's longing. Because, the mother changes of home, but she doesn't leave us. Mother changes of state, but doesn't turn off. Mother realizes that her son has grown, but doesn't give up. Mother stamps the passport of her son, but she doesn't go away.
The time my mother sang in the catechesis was in the past, along with my eight years and many memories. Today, after so many falls, many hits and mistakes, separations and beginnings, losses and gains, she thrilled us singing in the choir of the Military Circle of the city she chose to live in. I anticipate the longing that I will feel absorbing every fragment of the present moment and trying to repeat with my son, the construction of memories, just like that, as she did with me and my brothers. I know that it will always be my greatest longing, the lack that I will feel every day, and so, I insist on feeling grateful and supported by her soft voice, by her tight embrace, by her sweet scent and by her kiss full of tenderness!
Today, I would like to offer you a song from my childhood. It's all so far away, but the chorus still echoes in my ears. Come, give me your hand. Come near here and let me sing softly: "If I could... I wanted it again, mother. Start it all, all over again..."
By: Fabíola Simões
A maior saudade que nós vamos sentir na vida é a saudade da nossa mãe... Pois é saudade de nós mesmos!
Uma das lembranças mais doces da minha infância é a voz da minha mãe, no átrio da igreja que frequentávamos, animando as crianças da catequese com as suas canções habituais. Ele era a coordenadora das catequistas, e embora eu me ressentisse da estreita possibilidade de tê-la só para mim, orgulhava-me de vê-la tão dinâmica, alegre e confiante!
Os anos se passaram e mudámos-nos de paróquia, de cidade e de vida. Cresci, amadureci, despedi-me... Porém, de vez em quando ouço a melodia conhecida e volto a enxergar a minha mãe, no auge dos seus trinta e pouco anos, gesticulando e pedindo para cantar com mais entusiasmo. De vez em quando, antecipo a saudade que um dia vou ter e comovo-me ao recordar a mulher independente, segura e muito amorosa que ela ainda é.
A maior saudade que vamos sentir na nossa vida é saudade da nossa mãe. Pois a vida tem caminhos incompreensíveis, mas tudo se recompõe no colo de uma mãe. Numa palavra doce ou mesmo num sermão... Numa bronca amarga como café sem açúcar. Mas ainda assim, numa certeza de que logo, tudo ficará bem!
Ter saudades das nossas mães é ter saudade de nós mesmos. Pois, mãe é lembrete! A mãe ensina-nos que, mesmo que a vida caminhe, que nós adquiramos experiências boas ou más, que nós amadureçamos e tornemos-nos frios, com os tombos e feridas, ainda assim, existirá sempre um cantinho dentro de nós, a lembrarmos-nos que a vida não precisa ser dura para ensinar-nos algo, que o amor e tolerância também são jeitos eficazes de nós crescermos e aprendermos.
Mãe é a voz que não sai de dentro de nós, mesmo que nós tenhamos acumulado tempo que sobre, dinheiro na conta do banco e, muitos cursos e especializações. Pois, por detrás de cada gabinete com ar condicionado e de cada nó de gravata, há uma mulher que já deu raspanetes e broncas, mandou que raspassemos o prato e lembrou-nos de levar o casaco!
Mãe é parceira nas horas certas e também incertas. É o ombro amigo nos arrependimentos e o sermão construtivo nas escolhas mal feitas. Mãe é censura e também ternura. Mãe é cheiro de afeto e lembrete de "engole o choro". Mãe é intuição abundante e prece incessante.
Ao lembrarmos-nos das nossas mães, lembramos-nos de quem fomos. Pois a construção e lapidação de nossa existência confunde-se com sons antigos chamando-nos no portão, cheiro de um conhecido perfume borrifado nos pulsos, lembrança de arrumarmos a cama e tirarmos os pés do sofá, assobio afinado, vestido lavado e delicadeza cuidadosa.
Não há saudade maior que saudade de mãe. Pois mãe muda de casa, mas não sai de dentro de nós. Mãe muda de estado, mas não se desliga. Mãe percebe que o seu filho cresceu, mas não desiste. Mãe carimba o passaporte do seu filho, mas não sai de perto.
O tempo em que minha mãe cantava na catequese ficou no passado, junto com meus oito anos e muitas lembranças. Hoje, depois de tantas quedas, muitos acertos e desacertos, separações e recomeços, perdas e ganhos, ela emociona-nos cantando no coro do Círculo Militar da cidade que escolheu para morar. Antecipo a saudade que vou sentir absorvendo cada fragmento do presente momento e tentando repetir com o meu filho, a construção de lembranças, tal e qual, como ela fez comigo e com os meus irmãos. Sei que ela será sempre a minha maior saudade, a falta que vou sentir diariamente, e por isso insisto em sentir-me grato e amparado pela sua voz suave, pelo seu abraço apertado, pelo seu cheiro doce e pelo seu beijo cheio de ternura!
Hoje eu gostaria de oferecer-lhe uma música da minha infância. Está tudo tão distante, mas o refrão ainda ecoa nos meus ouvidos. Vem, dá-me a tua mão. Chega aqui perto e deixa-me cantar baixinho: "Se eu pudesse... Eu queria outra vez, mãe. Começar tudo, tudo de novo..."
Por: Fabíola Simões
- Rúben André Barreiro,
May 06, 2018.